Em Agosto de 1996, fui convidado como palestrante a um congresso
internacional de contatados, ou seja, todas as pessoas que iriam a palestrar,
inclusive eu, já tinham passado por experiências de contato extraterrestre,
isso aconteceu em Bogotá, Colômbia. O interessante de tudo isto , entre outras
coisas , é que a gente entra em uma energia totalmente diferente, é como
se a gente reafirmasse nossa condição de
ser universal. Bom , a pesar de que aconteceram coisas maravilhosas na aérea de
contato extraterrestre, uma coisa me impressionou logo de cara.
Quando cheguei ao
Hotel no centro de Bogotá e solicitei minha habitação como palestrante (do
Congresso que se realizaria no mesmo hotel) , a pessoa encarregada me falou que
por excesso de pessoas eu teria que compartilhar uma habitação com outra pessoa
e que esta pessoa era um participante do congresso (como espectador). Como
estava cansado da viagem e da burocracia no aeroporto, falei que tudo bem, que
precisava descansar e me informar da programação e dos horários da minha palestra.
Cheguei na habitação e me encontrei com um senhor de uns 50 anos , cabelo
amarelo , com uma barba respeitável , olhos claros, logo entramos a comentar
algumas coisas próprias do hotel e de Colômbia. Falou-me que ele era espanhol,
morava em Madri, oficial aposentado do exercito. Pareceu-me uma boa pessoa,
porem, quando me olhava sentia as vezes uma energia estranha, algo que não
sabia definir, era como se ele guardasse um secreto ou alguma coisa assim. A
equipagem de ele consistia em uma mochila e umas botas que me faziam lembrar
meus tempos de mochileiro. Aproveitando um momento de silencio entre conversas
corriqueiras, perguntei para ele sobre a mochila. Quando perguntei da mochila
pareceu que tinha tocado alguma fibra sensível dentro da alma de meu casual
amigo (ou causal?), olhou para mim calmamente e deu um profundo suspiro. Não
querendo cortar a energia fiquei calado, como esperando que ele falasse alguma
coisa, ele perguntou: Você acredita na vida depois da morte? Claro que sim!! Exclamei , acho que a vida na Terra não teria
sentido se não existisse vida no alem , acredito também que a vida existe, nos
muitos mundos e planetas... Mas, você acredita na reencarnação? , perguntou ele
novamente. Falei que sim, que acreditava e que tinha certeza de tudo isso
porque já tinha vivido experiências que me mostraram a realidade do processo
reencarnatorio na Terra. Que bom, exclamou ele se sentindo aliviado, então você
me entenderá perfeitamente. Ate agora o único que eu tinha perguntado para ele
era sobre sua mochila, não acabava de entender o motivo das suas perguntas
quando ele perguntou novamente: Você conhece algo de historia, sobre a
conquista espanhola na América..? Sim , respondi, alguma coisa. Você já escutou
falar de Francisco Pizarro? Sim , falei, foi um dos conquistadores espanhóis,
conquistou o Peru e lutou com os Incas no Peru, pelo menos isso é o que a gente
aprende na escola...
Ele olhou para mim
novamente, logo desviou seu olhar e falou em um tom profundo, como se nascesse
das suas entranhas: Eu sou Francisco Pizarro!! Senti de alguma forma que era a
mais pura realidade, eram instantes transparentes onde a mentira não tinha
lugar... Fiquei alguns instantes processando a informação, a historia diz que
Francisco Pizarro morou no Panamá, foi amigo de Vasco Nuñez de Balboa , outro
conquistador espanhol (hoje a moeda do Panamá ainda se chama Balboa) e eu (na
atualidade) estava vindo de Panamá ate Colômbia, Pizarro se associou a Diego de
Almagro, espanhol aventureiro um dos conquistadores do Chile, (eu nasci no
Chile nesta encarnação e meu avô materno era espanhol), finalmente , depois de
trair e matar de forma vil ao chefe Inca Atahualpa, Pizarro assassinou Diego de
Almagro em uma disputa pelo ouro dos incas e pelo poder... Que historia extraordinária...
Olhei novamente para
meu amigo espanhol, me fitava como querendo que falasse alguma coisa... Mas
como? Exclamei... Ele continuou... Durante algumas vidas tentei reparar o dano
feito e não consegui, nesta encarnação a espiritualidade esta me dando a ultima
oportunidade, o tempo é curto... Não sei por que estou falando tudo isto para
você, mas algo me empurra a me abrir com você e a lhe pedir perdão... Seus
olhos se encheram de lagrimas e uma estranha emoção tomou conta de ele e de
mim, tudo bem... Falei tentando compreender o que por momentos parecia
incompreensível, se eu tenho que te perdoar por alguma coisa, desde o fundo do
meu coração te digo que já estas perdoado, nos abraçamos como dois velhos
amigos que se reencontram e mais calmo, continuou... Viajei pelos países andinos
pedindo perdão as tribos que massacrei na época da inconsciência, da conquista.
Desta vez, quando cheguei ao Cuzco, no Peru e mandei chamar o Chefe Inca,
estávamos em uma planície, ele veio caminhando ate onde eu estava, a 50 metros de
distancia ele parou e olhando para mim gritou : Pára!! Não dês um passo mais!!!
Por que voltastes a este lugar que desonrastes!! Não te queremos aqui, volta pelo caminho que
viestes... Gritei que vim para cumprir as Grandes Leis de Causa e Efeito, que
precisava do perdão para continuar... Supliquei o perdão... Eles pararam e se reuniram,
três chefes Incas avançaram ate mim e gritaram em linguagem quéchua antigo que
eu entendia perfeitamente em esses momentos..., cai de joelhos e com os
cânticos incaicos senti no fundo da minha alma o perdão chegar, minhas lagrimas
lavaram meu coração..., o perdão permitiu que eu ainda esteja aqui neste plano,
falou olhando para mim, seus olhos tinham agora outra expressão...
Meditei muito sobre este fato depois que voltei ao Panamá,
meditei sobre qual foi meu papel em tudo isso. Nunca mais vi meu amigo
Francisco Pizarro só tenho certeza que fez o que tinha que fazer, que coragem!!
Que força!! Como é maravilhoso o universo e a Vida que nos leva a manifestar a
essência da própria Vida em tudo o que fazemos e a restabelecer o equilíbrio de
aquilo que uma vez nos ensinou tantas coisas, os Mestres Incas não deixaram de
ser Mestres... nada tinha se perdido... Abençoada escola e lar planetário que
nos permite voltar a consciência depois de tantas lutas... Juan Valdes